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# Biologia# Neurociência

O Papel do Cyfip2 na Resposta Sensorial dos Animais

Pesquisas mostram como o Cyfip2 influencia a sensibilidade ao som em zebras.

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Os animais precisam perceber o que tá ao redor pra encontrar comida e ficar seguros de ameaças. Eles têm uma habilidade especial de filtrar informações desnecessárias e reagir a sinais importantes. Essa habilidade faz parte de um processo chamado de "gating" sensório-motor. Por exemplo, quando os animais veem algo, eles prestam atenção em detalhes como brilho, tamanho e velocidade. Essas características ajudam a decidir se devem fugir ou mudar de direção. Sons funcionam da mesma forma; a intensidade e o tom determinam se um bicho vai reagir.

Pra gerenciar suas reações, os animais estabelecem limiares comportamentais. Esses limiares são níveis em que respostas específicas são acionadas quando eles encontram estímulos que atingem um certo nível de intensidade. Esse mecanismo é crucial pra controlar comportamentos em muitas espécies, desde grupos como abelhas que batem as asas pra regular a temperatura nas colmeias, até peixes que nadam juntos pra evitar predadores. Respostas individuais podem incluir reações a cheiros, toques, alterações na luz e sons em mamíferos e peixes.

Quando os animais reagem demais aos estímulos, isso pode acontecer em várias condições de saúde mental, como autismo e ansiedade. Isso mostra como é importante ter limiares comportamentais ajustados na medida certa. Mas os pesquisadores ainda sabem pouco sobre os processos moleculares que criam e mantêm esses limiares.

Pesquisa sobre a Regulação Genética da Resposta ao Som

Na tentativa de descobrir quais genes controlam a sensibilidade dos animais a barulhos altos, os pesquisadores se concentraram em zebrafish larvais, que são usados como modelo comum pra estudar genética. Eles usaram um método envolvendo várias gerações de zebrafish criados com uma mutação química pra identificar cinco linhagens mutantes diferentes que mostravam sensibilidade aumentada ao som. Sequenciando o genoma de um desses mutantes, descobriram uma mutação prejudicial em um gene chamado proteína interativa ribonucleoproteica Fragile X citoplasmática 2 (cyfip2).

Cyfip2 já era conhecido pelo seu papel em interagir com outras proteínas que ajudam a regular o processo de leitura das instruções genéticas e na produção de proteínas. Ela pode se ligar a duas proteínas relacionadas, mas pouco se sabe sobre como essas interações funcionam. Cyfip2 também tá envolvida em ajudar as células a se moverem, e quando é mutada, pode causar sérios problemas de desenvolvimento em vários modelos animais, incluindo os zebrafish.

A perda de Cyfip2 nos zebrafish resulta em uma sensibilidade aumentada ao barulho. Os pesquisadores descobriram que essa hipersensibilidade poderia ser revertida ao adicionar Cyfip2, sugerindo que ela desempenha um papel grande em controlar como os animais reagem a sons altos.

O Papel de Cyfip2 na Resposta ao Som

Cyfip2 tem várias áreas que permitem a interação com diferentes proteínas. Ela pode trabalhar com Rac1, que tá envolvido na criação de uma estrutura chamada Actina que dá suporte às células, e também pode trabalhar com FMRP, que regula a produção de proteínas a partir de genes.

Pesquisas mostraram que zebrafish com uma mutação específica em Cyfip2 se tornam hipersensíveis ao som, o que é reversível quando a Cyfip2 normal é introduzida. Experimentos indicaram que a capacidade da Cyfip2 de se ligar ao Rac1 é essencial pra responder ao som, enquanto a ligação com FMRP é crítica pra manter a sensibilidade do zebrafish ao barulho.

Investigando o Impacto de Cyfip2 no Movimento e Comportamento

A equipe também analisou como a falta de Cyfip2 impactou o movimento dos zebrafish quando assustados. Eles analisaram vários fatores de resposta, como a rapidez com que os peixes reagiram, quão longe eles viraram a cabeça e quanto eles viajaram durante a resposta de susto. Os resultados indicaram que a ausência de Cyfip2 leva a problemas em todos esses aspectos do movimento, enfatizando a importância do Rac1 na regulação desses comportamentos.

Além disso, diferenças nos níveis da proteína Cyfip2 podem afetar o quão bem os zebrafish respondem ao barulho. Testes indicaram que reduzir a duração do choque térmico ajudou a abaixar os níveis de Cyfip2 pra níveis semelhantes aos dos mutantes, mas ainda assim permitiu uma resposta normal ao som.

A Importância das Proteínas FMRP e FXR

FMRP é uma proteína que governa como e quando certos mRNAs (RNA mensageiro, que carrega informações genéticas do DNA pra maquinaria celular que faz proteínas) são convertidos em proteínas. Pra entender melhor como Cyfip2 interage com FMRP e se interage com outras proteínas, os pesquisadores realizaram testes. Eles descobriram que, enquanto FMRP é crucial pra manter uma resposta normal ao som, suas proteínas relacionadas FXR1 e FXR2 não parecem ter um papel significativo.

A capacidade de realizar esses testes com ferramentas como CRISPR, que permite edição genética precisa, deu aos pesquisadores uma visão de como essas proteínas funcionam juntas. Os resultados mostraram que Cyfip2 e FMRP são essenciais pra regular a resposta ao som, enquanto FXR1 e FXR2 não são tão importantes.

O Papel de Cyfip2 na Regulação de Respostas ao Longo do Tempo

O estudo também revelou que Cyfip2 não só ajuda a estabelecer o limiar de resposta ao som durante o desenvolvimento inicial, mas pode também ajudar a manter essa sensibilidade à medida que o zebrafish cresce. Os pesquisadores estabeleceram que aplicar Cyfip2 em estágios de desenvolvimento específicos poderia afetar quão sensível o zebrafish é a estímulos depois.

Ao experimentar com experimentos de choque térmico temporizado, eles mostraram que a Cyfip2 pode restaurar limiares normais apenas quando aplicada durante certos períodos de crescimento. Depois de um certo ponto no desenvolvimento, ela se torna menos eficaz, indicando uma janela crítica pra sua ação na manutenção da sensibilidade de resposta.

Explorando a Dinâmica da Actina e a Resposta de Sustos

A estrutura e o comportamento da actina, que é crucial pro movimento celular e interações, também desempenham papéis essenciais em como os animais reagem a estímulos. Ao examinar como a Cyfip2 interage com a actina, tentaram determinar se mudanças na estrutura da actina afetaram a sensibilidade ao som. Os resultados indicaram que a influência da Cyfip2 na polimerização da actina é necessária pra manter o limiar de resposta de susto em níveis adequados.

Testes envolvendo a inibição da criação de actina resultaram em uma sensibilidade aumentada nos zebrafish, apoiando a ideia de que o papel da Cyfip2 envolve regular como a actina é estruturada dentro das células durante a resposta de susto.

Investigando o Papel dos Receptores NMDA e GABA

Pra entender como a Cyfip2 afeta a resposta de susto, os pesquisadores também olharam suas potenciais interações com várias proteínas receptoras como os receptores NMDA (N-metil-D-aspartato) e GABA (Ácido Gama-Aminobutírico). Os receptores NMDA ajudam a mediar sinais excitatórios, enquanto os receptores GABA estão relacionados a respostas inibitórias no sistema nervoso.

Ao testar vários agentes químicos que visam esses receptores, eles puderam avaliar como a Cyfip2 poderia modular sua atividade pra manter um equilíbrio adequado de sinais excitatórios e inibitórios no sistema nervoso. Eles descobriram que a Cyfip2 provavelmente afeta a função dos receptores NMDA, o que explica por que a desregulação do sinal NMDA leva a mudanças drásticas na resposta ao som.

Interrupção da Sinalização do Receptor GABAB

A sinalização do GABA também se mostrou crucial no contexto das respostas de susto. Através de uma análise detalhada, foi observado que a Cyfip2 influencia como os receptores GABAB operam. Usando agonistas específicos dos receptores de GABA, os pesquisadores conseguiram reverter a hipersensibilidade em zebrafish mutantes, indicando que o papel da Cyfip2 envolve promover a inibição mediada pelo GABA.

Essa descoberta sugere a possibilidade de táticas terapêuticas usando moduladores dos receptores de GABA pra gerenciar a hiper-responsividade em condições caracterizadas por sensibilidade sensorial aumentada, como autismo e transtornos de ansiedade.

Implicações Mais Amplas de Cyfip2 no Neurodesenvolvimento e Transtornos

O estudo da Cyfip2 vai além de entender apenas a resposta de susto. Dadas suas conexões com dinâmicas de actina e tradução de proteínas, a Cyfip2 é vista como um jogador central em muitos processos neurodesenvolvimentais. Suas interações sugerem repercussões pra condições como autismo, esquizofrenia e outros transtornos neuropsiquiátricos que muitas vezes apresentam problemas de processamento sensorial.

As evidências apontam que a Cyfip2 é não só essencial pra manter um limiar sensorial normal, mas também pra gerenciar as respostas a sinais ambientais, que podem, no final, impactar o comportamento e as respostas emocionais em várias espécies. Mais exploração sobre os muitos papéis da Cyfip2 poderia aumentar a compreensão de transtornos de desenvolvimento e, potencialmente, levar a novas abordagens de tratamento.

Conclusão

No final das contas, a relação intrincada entre a Cyfip2, suas interações proteicas, e como elas informam a responsividade sensorial oferece um caminho pra mais estudos. A exploração contínua pode revelar insights vitais sobre processamento sensorial, respostas comportamentais e sua conexão com condições de saúde mental, destacando a Cyfip2 como um jogador significativo nesses processos biológicos fundamentais. Entender como esses mecanismos moleculares operam será crucial pra criar intervenções eficazes e melhorar a qualidade de vida de indivíduos afetados por essas condições.

Fonte original

Título: Cyfip2 controls the acoustic startle threshold through FMRP, actin polymerization, and GABAB receptor function.

Resumo: Animals process a constant stream of sensory input, and to survive they must detect and respond to dangerous stimuli while ignoring innocuous or irrelevant ones. Behavioral responses are elicited when certain properties of a stimulus such as its intensity or size reach a critical value, and such behavioral thresholds can be a simple and effective mechanism to filter sensory information. For example, the acoustic startle response is a conserved and stereotyped defensive behavior induced by sudden loud sounds, but dysregulation of the threshold to initiate this behavior can result in startle hypersensitivity that is associated with sensory processing disorders including schizophrenia and autism. Through a previous forward genetic screen for regulators of the startle threshold a nonsense mutation in Cytoplasmic Fragile X Messenger Ribonucleoprotein (FMRP)-interacting protein 2 (cyfip2) was found that causes startle hypersensitivity in zebrafish larvae, but the molecular mechanisms by which Cyfip2 establishes the acoustic startle threshold are unknown. Here we used conditional transgenic rescue and CRISPR/Cas9 to determine that Cyfip2 acts though both Rac1 and FMRP pathways, but not the closely related FXR1 or FXR2, to establish the acoustic startle threshold during early neurodevelopment. To identify proteins and pathways that may be downstream effectors of Rac1 and FMRP, we performed a candidate-based drug screen that indicated that Cyfip2 can also act acutely to maintain the startle threshold branched actin polymerization and N-methyl D-aspartate receptors (NMDARs). To complement this approach, we used unbiased discovery proteomics to determine that loss of Cyfip2 alters cytoskeletal and extracellular matrix components while also disrupting oxidative phosphorylation and GABA receptor signaling. Finally, we functionally validated our proteomics findings by showing that activating GABAB receptors, which like NMDARs are also FMRP targets, restores normal startle sensitivity in cyfip2 mutants. Together, these data reveal multiple mechanisms by which Cyfip2 regulates excitatory/inhibitory balance in the startle circuit to control the processing of acoustic information.

Autores: Kurt C. Marsden, J. C. Deslauriers, R. P. Ghotkar, L. A. Russ, J. M. Jarman, R. M. Martin, R. G. Tippett, S. H. Sumathipala, D. F. Burton, D. C. Cole

Última atualização: 2024-02-05 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2023.12.22.573054

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2023.12.22.573054.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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