O Impacto do Treinamento de Mindfulness na Atenção
A pesquisa explora como a atenção plena afeta a atividade cerebral e a concentração durante a meditação.
― 6 min ler
Mindfulness é uma prática que foca em estar ciente do momento presente sem julgá-lo. Normalmente, essa prática é feita através da Meditação, onde a pessoa presta Atenção em um objeto específico, como a própria respiração. Nos últimos anos, a mindfulness ganhou popularidade nas culturas ocidentais, porque muita gente acredita que isso é bom pra saúde mental. Uma forma comum de aprender mindfulness é através de um programa de 8 semanas chamado Redução de Estresse Baseada em Mindfulness (MBSR). Pesquisas mostraram que esse treinamento pode ajudar a melhorar a saúde mental tanto de quem já tem problemas quanto de quem não tem.
Os motivos pelos quais a mindfulness funciona ainda estão sendo estudados. Alguns pesquisadores acham que a mindfulness ajuda a reduzir distrações e melhora funções mentais importantes. Outros acreditam que ela ajuda as pessoas a gerenciar melhor suas emoções, diminuindo pensamentos negativos e estresse. Estudos recentes sugerem que essas melhorias na gestão emocional podem estar ligadas a níveis menores de excitação geral, que é um estado de alerta.
Pra entender melhor como o treinamento de mindfulness afeta o cérebro, os pesquisadores analisaram a atividade cerebral durante a meditação. Os estudos mostram que meditadores experientes têm menos distrações enquanto meditam em comparação com os iniciantes. Essas diferenças também podem ser vistas nos padrões das Ondas Cerebrais. Por exemplo, meditadores experientes mostram mudanças em ondas cerebrais específicas relacionadas à sua concentração.
Neste estudo, os pesquisadores queriam descobrir se as lapsos de atenção durante a meditação mudariam após 8 semanas de treinamento em mindfulness. Pra isso, eles gravaram a atividade cerebral durante as sessões de meditação antes e depois do treinamento, comparando quem passou pelo treinamento com um grupo que não recebeu nenhum treinamento. Os participantes foram convidados a relatar quando suas mentes divagavam ou quando se sentiam sonolentos durante a meditação. Os pesquisadores esperavam ver menos lapsos de atenção e mudanças nos padrões das ondas cerebrais no grupo que recebeu o treinamento em mindfulness, em comparação com o grupo controle.
Um total de 48 participantes participou do estudo, a maioria eram estudantes. Os participantes foram divididos em dois grupos: um que recebeu treinamento em mindfulness e outro que não recebeu. Eles frequentaram sessões semanais com um instrutor treinado durante oito semanas. A cada semana, aprenderam diferentes técnicas de mindfulness e as praticaram tanto em aula quanto em casa.
Durante o estudo, os participantes participaram de três condições diferentes de meditação enquanto sua atividade cerebral era medida. Essas condições incluíram um período de descanso, meditação ininterrupta e meditação interrompida. Na condição de meditação interrompida, os participantes ouviam um som em intervalos aleatórios e eram convidados a relatar seus níveis de foco e alerta. Os pesquisadores analisaram a atividade cerebral que acontecia logo antes de cada som.
Para as medições cerebrais, os pesquisadores usaram um método chamado EEG, que detecta a atividade elétrica no cérebro. Esses dados foram então limpos e analisados pra encontrar padrões que poderiam estar ligados a lapsos de atenção durante a meditação.
Os resultados mostraram que quando a atenção dos participantes divagava ou quando se sentiam sonolentos durante a meditação, havia um aumento nas ondas cerebrais de baixa frequência. Especificamente, tanto a divagação mental quanto a sonolência estavam associadas a um aumento na ocorrência de certos padrões de ondas cerebrais. No entanto, os pesquisadores não encontraram que nenhum dos grupos mostrou uma diminuição nos lapsos de atenção após o treinamento em mindfulness.
Curiosamente, o estudo encontrou que o grupo que passou pelo treinamento em mindfulness apresentou ondas cerebrais alpha mais lentas durante a meditação. As ondas alpha estão associadas ao relaxamento e geralmente são mais rápidas em estados de maior alerta. Uma frequência alpha mais lenta sugere um estado maior de calma durante a meditação.
Apesar da hipótese inicial, os lapsos de atenção durante a meditação não diminuíram significativamente após o treinamento em mindfulness. Essa descoberta levanta questões sobre os efeitos do treinamento em mindfulness. Alguns pesquisadores acreditam que, enquanto a mindfulness pode ajudar no foco em tarefas do dia a dia, pode não reduzir lapsos de atenção durante meditações mais curtas, como as usadas neste estudo. Sessões de meditação mais longas podem ser mais eficazes pra notar mudanças na atenção.
O estudo também encontrou que os níveis de foco relatados pelos participantes estavam frequentemente ligados aos níveis de sonolência. Quando os participantes se sentiam mais focados, eles tendiam a relatar que se sentiam menos sonolentos, e vice-versa. Isso sugere uma conexão entre os níveis de atenção e os sentimentos de alerta durante a meditação.
Além disso, o estudo explorou as diferenças nos padrões de ondas cerebrais durante lapsos de atenção em comparação com atenção focada. Os pesquisadores descobriram que as ondas cerebrais durante os lapsos de atenção eram mais lentas e mais amplas do que aquelas durante a atenção focada. Isso significa que, quando uma pessoa está distraída, seu cérebro mostra padrões diferentes do que quando ela está totalmente concentrada.
No geral, o estudo ilumina como o treinamento em mindfulness afeta a atividade cerebral durante a meditação. Embora a redução esperada nos lapsos de atenção não tenha ocorrido, a mudança nos padrões das ondas alpha aponta pra um possível aumento no relaxamento pra quem praticou mindfulness. Essa desaceleração no relaxamento pode ajudar a explicar alguns dos efeitos positivos da mindfulness na saúde mental.
O treinamento em mindfulness tem como objetivo ajudar os indivíduos a se tornarem mais conscientes de seus pensamentos e sentimentos e a gerenciá-los melhor. O foco no relaxamento e na consciência pode levar a uma melhor regulação emocional, o que pode contribuir pra um bem-estar mental melhor.
Em conclusão, embora este estudo não tenha encontrado que o treinamento em mindfulness levou diretamente a menos lapsos de atenção durante a meditação, mostrou que o treinamento estava ligado a mudanças na atividade cerebral que sugerem um relaxamento mais profundo. Os achados indicam a necessidade de mais pesquisas, especialmente sobre como diferentes durações das sessões de meditação e práticas de mindfulness podem impactar a atenção e a saúde mental.
Estudos futuros podem investigar sessões de meditação mais longas e uma variedade de técnicas de mindfulness pra ver como elas afetam os lapsos de atenção e a atividade cerebral. Entender essas conexões pode ajudar as pessoas a usarem a mindfulness de forma mais eficaz pra melhorar seu bem-estar e saúde mental.
Título: Assessing the effects of an 8-week mindfulness training program on neural oscillations and self-reports during meditation practice
Resumo: Previous literature suggests that mindfulness meditation can have positive effects on mental health, however, its mechanisms of action are still unclear. In this pre-registered study, we investigate the effects of mindfulness training on lapses of attention (and their associated neural correlates) during meditation practice. For this purpose, we recorded Electroencephalogram (EEG) during meditation practice before and after 8 weeks of mindfulness training (or waitlist) in 41 participants (21 treatment and 20 controls). In order to detect lapses of attention and characterize their EEG correlates, we interrupted participants during meditation to report their level of focus and drowsiness. First, we show that self-reported lapses of attention during meditation practice were associated to an increased occurrence of theta oscillations (3-6 Hz), which were slower in frequency and more spatially widespread than theta oscillations occurring during focused attention states. Then, we show that mindfulness training did not reduce the occurrence of lapses of attention nor their associated EEG correlate (i.e. theta oscillations) during meditation. Instead, we find that mindfulness training was associated with a significant slowing of alpha oscillations in frontal electrodes during meditation. Crucially, frontal alpha slowing during meditation practice has been reported in highly experienced meditators and is thought to reflect relative decreases in arousal levels. Together, our findings provide insights into the EEG correlates of mindfulness meditation, which could have important implications for the identification of its mechanisms of action and/or the development of neuromodulation protocols aimed at facilitating meditation practice.
Autores: Julio Rodriguez Larios, K. Foong Wong, J. Lim
Última atualização: 2024-02-13 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.02.09.579601
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.02.09.579601.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.
Obrigado ao biorxiv pela utilização da sua interoperabilidade de acesso aberto.