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Entendendo a Atração de Merozoítas em Parasitas da Malária

Estudo revela proteínas chave que influenciam a aderência dos merozoítos da malária às células vermelhas do sangue.

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A malária é uma doença séria causada por parasitas que são transmitidos aos humanos através da picada de mosquitos infectados. Entre os diferentes tipos de parasitas da malária, o Plasmodium falciparum é o mais perigoso. Ele é responsável por mais de 600.000 mortes a cada ano, principalmente em regiões tropicais e subtropicais. O ciclo de vida do P. falciparum é complexo, envolvendo diferentes fases nos hospedeiros mosquito e humano. Os sintomas clínicos mais severos aparecem na fase sanguínea da infecção, que é quando os parasitas se multiplicam no sangue.

Ciclo de Vida do Plasmodium falciparum

O ciclo de vida do P. falciparum começa quando os Merozoítas, a forma ativa do parasita, são liberados do fígado na corrente sanguínea. Os merozoítas rapidamente invadem os glóbulos vermelhos, onde crescem e se reproduzem. Cada glóbulo vermelho infectado acaba produzindo de 16 a 32 novos merozoítas que podem infectar outros glóbulos vermelhos, assim, o ciclo continua. Essa Invasão dos glóbulos vermelhos é crucial para a multiplicação do parasita, e é durante essa fase que o sistema imunológico tenta combater a infecção.

Importância da Invasão no Desenvolvimento de Vacinas

A invasão dos glóbulos vermelhos não é só essencial para a sobrevivência e multiplicação do P. falciparum, mas também é um foco chave no desenvolvimento de vacinas contra a malária. Os pesquisadores se interessam em entender como os merozoítas invadem os glóbulos vermelhos para encontrar formas de bloquear esse processo. Apesar da rapidez da invasão, é um processo complicado que envolve várias proteínas do parasita. Essas proteínas ajudam a se ligar aos glóbulos vermelhos, se posicionar para a invasão e, finalmente, entrar nas células.

Mecanismo de Invasão

O processo de invasão consiste em várias etapas:

  1. Afixação: O merozoíta se liga ao glóbulo vermelho.
  2. Reorientação: O merozoíta gira para que seu ápice fique voltado para o glóbulo vermelho.
  3. Deformação: O merozoíta envolve a membrana do glóbulo vermelho.
  4. Formação da Junção Apertada: Uma barreira protetora se forma ao redor do merozoíta, permitindo que ele entre no glóbulo vermelho e fique enclausurado em um vacúolo.

Várias proteínas na superfície do merozoíta estão envolvidas nessas etapas. Por exemplo, a Proteína de Superfície do Merozoíta 1 (PfMSP1) está associada à ligação inicial fraca, enquanto outras proteínas como os Antígenos de Ligação a Eritrócitos (PfEBAs) e Proteínas de Ligação a Reticulócitos (PfRHs) desempenham papéis na ligação mais forte aos glóbulos vermelhos.

Desafios em Entender a Invasão

Ao longo dos anos, os pesquisadores identificaram várias proteínas envolvidas na invasão dos glóbulos vermelhos, e muitos estudos focaram em como essas proteínas contribuem para o processo. A maioria dos métodos experimentais usados para estudar essas proteínas se concentra em avaliar se a invasão ocorre, sem fornecer insights detalhados sobre qual etapa específica do processo de invasão é afetada por qualquer intervenção específica.

Para entender melhor esse processo, uma combinação de técnicas avançadas como microscopia de vídeo e pinças ópticas pode oferecer uma imagem mais detalhada. A microscopia de vídeo permite que os pesquisadores observem o processo de invasão em tempo real, enquanto as pinças ópticas podem medir a força de ligação entre os merozoítas e os glóbulos vermelhos.

Novas Técnicas no Estudo da Afixação dos Merozoítas

As pinças ópticas são um método que usa feixes de laser focados para manipular pequenas partículas, inclusive células. Neste estudo, os pesquisadores usaram pinças ópticas para medir diretamente quão forte é a ligação entre os merozoítas e os glóbulos vermelhos. Ao posicionar merozoítas recém-liberados entre os glóbulos vermelhos e puxá-los, eles podem quantificar a força de desagregação necessária para romper a ligação.

Esse método fornece duas informações cruciais:

  1. Com que frequência os merozoítas se ligam com sucesso aos glóbulos vermelhos.
  2. A força necessária para desagregá-los uma vez que estão ligados.

Descobertas sobre Proteínas dos Merozoítas e Força de Afixação

Usando essa configuração, os pesquisadores investigaram como diferentes proteínas afetam a força de ligação dos merozoítas aos glóbulos vermelhos. Eles aplicaram vários tratamentos usando inibidores, anticorpos e linhagens geneticamente modificadas para avaliar o papel de proteínas individuais no processo de afixação.

Nas conclusões, notaram que a maioria das proteínas poderia ser desativada sem afetar significativamente a força de afixação. Notavelmente, a PfMSP1, que anteriormente se pensava ser crítica para a afixação, não mostrou um impacto significativo na força ou frequência de afixação. No entanto, proteínas como aquelas das famílias PfEBA e PfRH sim influenciaram a afixação.

Proteínas Chave que Afetam a Força de Afixação

O estudo mostrou que duas proteínas principais, PfEBA175 e PfRH4, eram particularmente importantes para manter uma forte afixação. Desativar as interações de ligação dessas proteínas resultou em força de afixação reduzida, sugerindo que elas desempenham um papel crucial em garantir que os merozoítas possam invadir com sucesso os glóbulos vermelhos.

Comparação Entre Diferentes Estirpes de P. falciparum

Os pesquisadores também analisaram como duas estirpes diferentes de P. falciparum, NF54 e 3D7, se comparam em termos de força de afixação. Embora essas estirpes sejam geneticamente semelhantes, apresentaram diferenças significativas em como os merozoítas podiam se ligar aos glóbulos vermelhos. Por exemplo, a estirpe 3D7 teve uma força média de desagregação maior comparada à NF54, sugerindo interações mais fortes no processo de ligação.

Variação na Força de Afixação

Mesmo dentro da mesma estirpe, havia variabilidade na força de desagregação entre diferentes pares de merozoíta-glóbulo vermelho. Essa variabilidade levanta questões sobre a natureza exata das interações envolvidas. Fatores como a diferença na rigidez dos glóbulos vermelhos ou a expressão individual das proteínas de invasão podem contribuir para essa variabilidade.

Investigando o Papel de Proteínas de Invasão Específicas

Para esclarecer os papéis de proteínas específicas na força de afixação, os pesquisadores criaram linhagens knockout para diferentes proteínas PfEBA e PfRH. Ao estudar essas linhagens geneticamente modificadas, eles pretendiam observar como a ausência de certas proteínas afeta o processo de afixação dos merozoítas.

Os pesquisadores descobriram que deletar as proteínas PfEBA140 e PfEBA181 não impactou significativamente a força de afixação, embora as alterações tenham levado a uma frequência de afixação reduzida. Isso sugere que, embora certas proteínas possam não ser diretamente responsáveis pela força da afixação, elas ainda podem desempenhar um papel no processo de invasão geral.

Conclusão: Insights sobre os Mecanismos de Afixação dos Merozoítas

Este estudo avança significativamente nossa compreensão de como os merozoítas do P. falciparum se ligam e invadem os glóbulos vermelhos. Utilizando ferramentas avançadas como pinças ópticas, os pesquisadores podem fornecer medições mais precisas das interações envolvidas no processo de invasão.

No geral, os resultados sugerem que as interações de proteínas específicas, particularmente PfEBA175 e PfRH4, são cruciais para determinar a força de afixação. Esses insights não apenas ampliam nosso conhecimento sobre o processo de invasão da malária, mas também contribuem para os esforços em andamento no desenvolvimento de vacinas contra a malária ao identificar possíveis alvos para intervenções.

Dada a importante questão de saúde pública que a malária representa, pesquisas adicionais sobre os mecanismos de afixação e invasão dos merozoítas podem levar a estratégias mais eficazes para prevenção e tratamento. Tal pesquisa tem potencial para salvar inúmeras vidas e melhorar os resultados de saúde em regiões afetadas pela malária.

Fonte original

Título: Optical tweezers reveal that PfEBA and PfRH ligands, not PfMSP1, play a central role in Plasmodium-falciparum merozoite-erythrocyte attachment

Resumo: Malaria pathogenesis and parasite multiplication both depend on the ability of Plasmodium falciparum merozoites to invade human erythrocytes. Invasion is a complex multi-step process that is known to involve multiple P. falciparum proteins but dissecting the precise role of individual proteins has to date been limited by the availability of quantifiable phenotypic assays. In this study, we apply a new approach to assigning function to invasion proteins by using optical tweezers to directly manipulate recently egressed merozoites and erythrocytes and quantify the strength of attachment between them, as well as the frequency with which such attachments occur. Using a range of inhibitors, antibodies, and genetically modified P. falciparum strains, we quantitated the contribution of individual P. falciparum proteins to these merozoite-erythrocyte attachment phenotypes for the first time. Most of the interactions investigated did not affect the force needed to pull merozoites and erythrocytes apart, including loss of the major P. falciparum merozoite surface protein PfMSP1 and PfGAP45, part of the glideosome actinomyosin motor complex. The only factors that significantly reduced the strength of merozoite-erythrocyte attachment were ones that disrupted the function of members of the EBA-175 like Antigen (PfEBA) family and Reticulocyte Binding Protein Homologue (PfRH) invasion ligand families. While these assays also reinforced the known redundancy within these families, with the deletion of some ligands not impacting detachment force, it appears that the PfEBA/PfRH families play a central role in merozoite attachment, not the major merozoite surface protein PfMSP1. Author summaryMalaria is a devastating disease caused by a parasitic infection. The deadliest species is Plasmodium falciparum, which causes more than 600,000 deaths annually. The parasites life cycle is complex, but all the symptoms of malaria are caused when the parasites replicate in human red blood cells. Replication depends on the invasion of the red blood cells by the parasites which is a complex process involving multiple molecular interactions and multiple steps. Invasion begins with the attachment of the parasite to the red blood cell, making this step of particular interest in the development of new therapeutics. We assessed which interactions are key to the strength of attachment using an optical tweezer assay, which allowed us to directly measure the binding force between individual parasites and red blood cells whilst using a range of molecular and genetic tools that target specific interactions known to have a role in invasion. This showed that loss of a protein commonly thought to be critical to the early stages of binding (PfMSP1) had no effect on attachment strength, whereas disruptions of several members from two families of proteins (the Erythrocyte Binding Like protein family and the reticulocyte binding-like protein family) affect attachment strength.

Autores: Emma Kals, R. A. Lees, V. Introini, A. Kemp, E. Silvester, C. R. Collins, T. Umrekar, J. Kotar, P. Cicuta, J. C. Rayner

Última atualização: 2024-02-13 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.02.13.580055

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.02.13.580055.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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