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# Ciências da saúde# Oncologia

Novas Perspectivas sobre a Triagem para Câncer Colorretal

A pesquisa investiga o sequenciamento de RNA pequeno para melhorar a detecção de câncer colorretal.

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O câncer colorretal (CCR) é um tipo comum de câncer e uma das principais causas de morte relacionada ao câncer. Pra reduzir o número de pessoas pegando essa doença e baixar a taxa de mortalidade, é essencial promover um estilo de vida saudável, criar novos métodos de manejo e realizar triagens em nível global.

Triar pessoas em grupos etários específicos que podem estar em risco é a melhor forma de pegar o CCR cedo. Isso ajuda a encontrar tumores e crescimentos pré-cancerígenos antes que se tornem graves. Em muitos países da Europa, o primeiro passo na triagem geralmente é um teste não invasivo chamado teste imunológico fecal (FIT). Se esse teste der positivo, os pacientes são encaminhados para exames visuais, muitas vezes por meio de um procedimento chamado colonoscopia. O FIT é popular porque é mais barato e simples de fazer do que uma colonoscopia. Ele não precisa de preparação especial ou mudanças na dieta, tornando mais fácil para a maioria das pessoas aceitarem. No entanto, o FIT pode não detectar sempre os sinais precoces da doença, e muitas Colonoscopias podem sobrecarregar os sistemas de saúde. Por causa disso, os países estabelecem diferentes limiares de positividade para o FIT, com base na capacidade para colonoscopia.

Essa situação cria a necessidade de métodos de teste melhores pra aumentar a precisão na triagem do CCR. Usar amostras que sobraram do teste FIT para análises adicionais pode ajudar a identificar indivíduos que deveriam passar por checagens mais detalhadas, como a colonoscopia. Pesquisas sugerem que o microbioma intestinal desempenha um papel no desenvolvimento do CCR. Nós encontramos maneiras de analisar o microbioma usando amostras restantes do FIT e amostras de fezes arquivadas. No entanto, estudos mais amplos são necessários pra encontrar biomarcadores que possam ajudar clinicamente. Pequenos RNAs não codificantes, especialmente microRNAs (miRNAs), são estáveis e detectáveis em amostras de fezes e podem ser valiosos para diagnóstico não invasivo de doenças gastrointestinais, incluindo o CCR. Usando sequenciamento de pequenos RNAs, mostramos que conseguimos medir os níveis de pequenos RNAs humanos e microbianos em amostras de fezes. Curiosamente, combinar as informações dos pequenos RNAs humanos e microbianos se mostrou mais eficiente em distinguir pacientes com CCR daqueles que testaram negativo para colonoscopia.

Enquanto sabemos que os miRNAs derivados do intestino podem servir como potenciais indicadores para o CCR, há poucas informações sobre a medição deles em uma população de triagem usando as amostras restantes do FIT. Na nossa pesquisa, que aconteceu em dois laboratórios separados na Europa, demonstramos que o sequenciamento de pequenos RNAs funciona bem com amostras do FIT. Também comparamos os dados de sequenciamento das amostras do FIT com os de amostras de fezes preservadas em tampões estabilizantes e com amostras de fezes arquivadas a longo prazo pra testar a robustez das nossas descobertas. Alguns miRNAs intestinais mostraram níveis diferentes entre pacientes com CCR e controles saudáveis, indicando que podemos encontrar biomarcadores úteis para o CCR.

Grupos de Estudo e Amostras

O estudo envolveu vários grupos e diferentes tipos de amostras. Um grupo é o Programa de Triagem do Câncer do Intestino na Noruega (BCSN), que compara um exame único com testes FIT repetidos a cada dois anos. Neste ensaio em andamento, amostras de fezes são coletadas usando bastões especiais projetados pra segurar uma pequena quantidade de fezes e preservadas em um tampão. Para nosso estudo, selecionamos aleatoriamente treze amostras do FIT de participantes anônimos.

Outro grupo, o ensaio de Prevenção do Câncer Colorretal da Noruega (NORCCAP), coletou amostras de fezes de participantes que as trouxeram a uma clínica antes de realizar uma sigmoidoscopia flexível. Deste grupo, selecionamos aleatoriamente onze amostras de fezes anônimas.

O estudo italiano, conhecido como MITOS, coletou amostras através de um programa regional de triagem para CCR. Aqui, residentes com idades entre 59-69 são convidados a fazer um teste FIT a cada dois anos. No total, incluímos 185 sujeitos com base nos resultados da colonoscopia, com diferentes classificações como CCR, adenoma avançado e controles. Desses, 57 sujeitos também forneceram amostras de fezes preservadas em tubos especiais favoráveis ao RNA.

Extraindo e Preparando Pequenos RNAs

Para nossa pesquisa, extraímos pequenos RNAs das amostras restantes do FIT e fezes preservadas em tampão estabilizante de RNA. Usamos kits e métodos específicos para preparar o RNA para análise. Cada tipo de amostra, seja do FIT ou de fezes normais, foi processada com cuidado pra garantir os melhores resultados.

Depois de preparar o RNA, o convertimos em bibliotecas especiais para sequenciamento. Essas bibliotecas foram analisadas em plataformas avançadas da Illumina, permitindo que coletássemos dados extensos para nossa pesquisa.

Análise e Resultados

Pra determinar os níveis de miRNAs nas amostras, usamos várias ferramentas de bioinformática. Focamos nos miRNAs previamente identificados e analisamos seus níveis de expressão em diferentes amostras. Descobrimos que as amostras restantes do FIT tinham uma boa proporção de leituras de pequenos RNAs atribuídas a miRNAs.

Comparando os testes, não encontramos grandes diferenças no número de miRNAs detectados entre os vários métodos de amostragem, o que indicou a confiabilidade da nossa abordagem. Nas análises emparelhadas, a consistência dos níveis de miRNAs foi evidente, confirmando que os diferentes tipos de amostras forneceram resultados semelhantes.

Realizamos análises de expressão diferencial entre pacientes com CCR ou adenomas avançados (AA) em comparação com controles saudáveis. Essa análise identificou vários miRNAs que tinham níveis significativamente diferentes nas amostras. Alguns miRNAs foram encontrados em maior quantidade em pacientes com CCR, enquanto outros estavam menos abundantes.

A análise funcional desses miRNAs diferencialmente expressos indicou que alguns estavam envolvidos em processos biológicos importantes, como regulação do ciclo celular e resposta a danos no DNA. Outros estavam ligados à apoptose e respostas imunológicas, destacando seus papéis potenciais no CCR.

Análise Microbiana

Depois de examinar os miRNAs humanos, olhamos as leituras restantes em busca de conteúdo microbiano. Conseguimos classificar uma proporção significativa dessas leituras, revelando diferenças entre os tipos de bactérias presentes nas amostras do FIT e nas de fezes. As amostras do FIT mostraram mais de um grupo bacteriano específico, enquanto as amostras de fezes eram ricas em outro grupo.

Curiosamente, encontramos padrões consistentes entre as amostras, o que significa que os tipos de micróbios presentes em ambas as amostras do FIT e de fezes dos mesmos indivíduos eram muitas vezes semelhantes. Também identificamos um tipo de bactéria que era mais abundante nas fezes de casos de CCR em comparação com os controles.

No geral, nossas descobertas sugerem que usar sequenciamento de pequenos RNAs pra analisar tanto miRNAs humanos quanto conteúdo microbiano em amostras do FIT pode fornecer insights valiosos. Os níveis semelhantes de miRNAs detectados em diferentes métodos de amostragem indicam que as amostras do FIT poderiam ser úteis pra descobrir novos biomarcadores do CCR. Esperamos que nossos resultados possam levar a processos de triagem melhores e mais eficazes para câncer colorretal no futuro.

Fonte original

Título: Profiling small RNAs in CRC screening samples such as the widely used fecal immunochemical test, is it possible?

Resumo: Faecal microRNAs represent promising molecules with potential clinical interest as non-invasive diagnostic and prognostic biomarkers for their stability and detectability. Colorectal cancer (CRC) screening based on the fecal immunochemical test (FIT) is an effective tool for prevention of cancer development. However, due to the poor sensitivity of FIT for premalignant lesions, there is a need for implementation of complementary tests. Improving the identification of individuals who would benefit from further investigation with colonoscopy using molecular analysis, such as miRNA profiling of the FIT leftover buffer, would be ideal due to its widespread use. In the present study, we applied small RNA sequencing to FIT leftover samples collected from two European screening populations. We showed robust detection of miRNA and microbial profiles, which were similar to those obtained from specimens sampled using RNA stabilising buffers and archived fecal samples. Detected miRNAs exhibited differential abundance between CRC and control samples that was consistent between sampling methods, suggesting a promising potential to identify small RNA CRC biomarkers using FIT leftovers. We demonstrated that it is possible to analyse gut miRNAs in FIT leftover samples and envision that these potential biomarkers can complement the FIT in large scale screening settings.

Autores: Trine B Rounge, E. Birkeland, G. Ferrero, B. Pardini, S. U. Umu, S. Tarallo, S. Bulfamante, G. Hoff, C. Senore, A. Naccarati

Última atualização: 2023-06-21 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.05.03.23289251

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.05.03.23289251.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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