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Entendendo a Resistência Antimicrobiana na Agricultura de Animais

Um estudo revela que o uso de antibióticos afeta a saúde dos animais em pequenas propriedades.

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A Resistência Antimicrobiana (RAM) acontece quando os germes mudam e ficam resistentes aos medicamentos que antes os matavam. Esse é um problema crescente no mundo todo, afetando a saúde humana, o meio ambiente e a segurança alimentar. Uma das principais causas da RAM é o uso de antimicrobianos, especialmente Antibióticos, tanto em humanos quanto em animais. Em especial, o uso de antibióticos na pecuária é uma preocupação significativa, levando a esforços nacionais e globais para reduzir seu uso desnecessário.

Os países estão focando em diminuir o uso não essencial de antibióticos na pecuária, que muitas vezes inclui usá-los para prevenir Doenças, promover crescimento ou por motivos que não sejam tratar infecções. No entanto, rotular essas práticas como desnecessárias pode ser enganoso e não ajuda muito. Pesquisas mostram que usar pequenas quantidades de antibióticos pode ajudar a prevenir doenças nos animais, e em muitas pequenas propriedades, essa prática pode ser crucial para manter a saúde do Gado.

Para pequenos Agricultores, especialmente em áreas com alto crescimento populacional e segurança alimentar limitada, o uso de antibióticos para o gado pode estar ligado à renda e ao fornecimento de alimentos. Em lugares como Burkina Faso, onde a demanda por comida é alta, os agricultores dependem dessas práticas para garantir que gerem renda suficiente e forneçam alimentos para suas comunidades.

Além disso, os agricultores fazem parte de um sistema econômico maior que inclui fornecedores, credores e profissionais de saúde. Simplesmente proibir antibióticos pode fazer com que agricultores procurem fontes não confiáveis para esses medicamentos, o que pode levá-los a usar produtos falsificados ou prejudiciais, piorando o problema da RAM.

Perguntas-chave para abordar a RAM

Para entender melhor a situação em relação ao uso de antibióticos em pequenas propriedades, há três perguntas vitais a serem consideradas:

  1. Qual a importância do uso não essencial de antibióticos na prevenção de doenças no gado?
  2. Quais medidas alternativas os agricultores podem tomar para prevenir doenças sem usar antibióticos?
  3. Quais fatores podem motivar os agricultores a reduzir o uso não essencial de antibióticos?

Para encontrar respostas, os pesquisadores realizaram uma pesquisa com agricultores de aves na cidade de Ouagadougou, Burkina Faso. Essa pesquisa foi projetada para coletar informações sobre o conhecimento, as atitudes e as práticas dos agricultores relacionadas ao uso de antibióticos e resistência.

O setor aviário em Burkina Faso

A indústria avícola desempenha um papel essencial na economia de Burkina Faso. Em 2011, a produção de aves de capoeira valia mais de 85 bilhões de francos CFA da África Ocidental (cerca de 140 milhões de dólares), representando cerca de 6% do PIB agrícola do país. Nos últimos anos, o número de granjas de aves de capoeira intensivas cresceu significativamente, atendendo à demanda crescente por carne e ovos nas áreas urbanas. Os agricultores costumam manter grandes rebanhos de aves e frequentemente criam outros tipos de gado também.

Estudo e coleta de dados

O estudo recebeu aprovação ética do ministério da saúde local, garantindo que todos os participantes entendessem do que se tratava a pesquisa e consentissem em participar. A pesquisa tinha como objetivo avaliar como os agricultores gerenciam os medicamentos veterinários, especialmente antibióticos, em áreas urbanas e periurbanas.

A pesquisa incluiu 216 granjas de aves, e os dados foram coletados ao longo de alguns meses em 2020. As informações coletadas dessas granjas foram analisadas para entender melhor como o uso de antibióticos afeta a saúde do gado.

Analisando os dados

Os pesquisadores enfrentaram vários desafios na análise dos dados coletados. Inicialmente, queriam olhar com que frequência as doenças ocorriam no gado, como os antibióticos eram usados de maneira não essencial, e o uso de antibióticos humanos em animais. No entanto, muito poucos agricultores relataram o uso de antibióticos humanos, então focaram nas outras duas áreas.

Eles também pretendiam examinar como a frequência do uso de vacinas, antibióticos e outros medicamentos afetava a doença nos animais. Entretanto, descobriram que os dados disponíveis cobriam apenas um curto período, limitando sua análise.

Ao limpar e organizar os dados, focaram em dois resultados principais: a ocorrência de doenças nos últimos seis meses e a prática de uso de antibióticos para fins não terapêuticos. Usaram métodos estatísticos para analisar os efeitos de certos fatores, como as atitudes dos agricultores em relação ao uso de antibióticos e sua educação formal.

Principais descobertas do estudo

Uso de antibióticos e saúde animal

Uma das descobertas significativas foi que o uso regular de antibióticos para fins não essenciais parecia levar a taxas mais altas de doenças no gado. Isso contradiz descobertas de outros estudos em diferentes regiões, onde se acreditava que o uso de antibióticos ajudava a proteger contra doenças.

Os pesquisadores sugeriram que os agricultores poderiam estar usando antibióticos com mais frequência em resposta a surtos de doenças, criando um ciclo onde o uso de antibióticos é mal interpretado. Isso destaca a necessidade de mais investigações para determinar se a redução do uso de antibióticos poderia ser alcançada com segurança, sem arriscar a saúde animal.

Acesso a serviços veterinários públicos

Outra descoberta crítica foi que agricultores que consultavam principalmente veterinários públicos tinham taxas mais baixas de uso não essencial de antibióticos. Isso sugere que, ao aumentar o acesso a serviços de saúde animal de qualidade, os agricultores são menos propensos a fazer uso inadequado de antibióticos.

Curiosamente, nem todos os tipos de prestadores de serviços de saúde animal resultaram em melhores resultados. Veterinários privados não mostraram uma melhoria consistente na saúde do gado, levantando preocupações sobre suas práticas, que poderiam, às vezes, priorizar o lucro em vez de um atendimento eficaz.

Educação e taxas de doença

O estudo também mostrou que um nível mais alto de educação formal entre os agricultores pode estar correlacionado a uma ocorrência menor de doenças. No entanto, mais pesquisas são necessárias para estabelecer como a educação e o treinamento interagem com práticas agrícolas e resultados de saúde.

Implicações para o futuro

As implicações dessas descobertas são vitais. Primeiro, os resultados indicam a necessidade de expandir os serviços veterinários públicos para ajudar a gerenciar o uso de antibióticos de forma mais eficaz, ao mesmo tempo que protege a saúde animal. Essas medidas poderiam incentivar melhores práticas e reduzir a dependência excessiva de antibióticos.

No entanto, devido à complexidade da relação entre o uso de antibióticos e a saúde animal, mais estudos são necessários para entender completamente essas dinâmicas. Pesquisas futuras devem explorar como os serviços veterinários públicos podem promover o uso responsável de antibióticos, garantindo que o gado permaneça saudável.

Além disso, há uma oportunidade para estudos futuros explorarem como a educação pode afetar práticas agrícolas e saúde animal. Compreender as motivações por trás das escolhas dos agricultores ao usar antibióticos pode melhorar as estratégias para promover uma melhor gestão desses medicamentos críticos.

Conclusão

O estudo destaca a importância de abordar a resistência antimicrobiana, particularmente na pecuária de pequenos agricultores. A ligação entre o uso não essencial de antibióticos e o aumento das taxas de doenças sublinha a necessidade de uma abordagem cuidadosa para gerenciar o uso de antibióticos nas fazendas.

Melhorar o acesso a serviços veterinários qualificados e aumentar a educação dos agricultores podem desempenhar papéis significativos em fomentar melhores práticas na gestão do gado. No geral, reconhecer a rede complexa em que os pequenos agricultores operam será essencial para criar soluções eficazes para combater a resistência antimicrobiana e promover a saúde animal.

Fonte original

Título: Drivers of antibiotic use habits and animal disease incidence in smallholder livestock farms: evidence from a survey in Burkina Faso

Resumo: Reducing nontherapeutic antibiotic (ABU) use in livestock animals has been identified as an important way of curbing the growth of antimicrobial resistance (AMR). However, this ABU can be an important disease management tool, and farmers may not feel safe to reduce it without simultaneous interventions to safeguard animal health. It is therefore important to determine a) if nontherapeutic ABU is important for averting livestock animal disease, b) which factors can encourage farmers to improve antibiotic stewardship on their own terms, and c) which factors can be paired with ABU reduction in order to safeguard against any animal health risks. We investigated these questions using data from the AMUSE survey, which is designed to evaluate knowledge, attitudes and practices relating to AMR in smallholder livestock farms. Our sample covered 320 animal herds from 216 smallholder livestock farms in Burkina Faso, with species including poultry, small ruminants, and cattle. The determinants of the likelihood of animal disease and nontherapeutic ABU were investigated using logistic regression. We found that nontherapeutic ABU was positively associated with animal disease, although the potential endogeneity of this relationship should be investigated further. We also found that going primarily to a public veterinarian for animal health services was associated with a lower likelihood of nontherapeutic ABU. We also found some evidence that going to public veterinarians, and a higher level of formal education, were associated with a lower likelihood of animal disease. These findings support the expansion of public veterinary services as a way to encourage antibiotic stewardship, and to safeguard against any animal health risks associated with ABU reduction.

Autores: Michel Dione, E. Emes, A. Kagambega

Última atualização: 2023-06-29 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.06.23.23291817

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.06.23.23291817.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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